MOTE:

"Eu sou uma autêntica bomba abandonada! Temo explodir a qualquer momento..."
- Frase de um ex-combatente, anónimo.

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

GUERRA COLONIAL COMEÇOU HÁ 50 ANOS!


Na madrugada de 4 de fevereiro de 1961, o ataque a Cadeias e a uma esquadra da P.S.P. - Polícia de Segurança Pública, de Luanda, Angola, marcava o início de uma guerra, que uns chamam de "Colonial", outros "do Ultramar" e também "de Libertação".

Uma guerra que marcou mais de um milhão de portugueses, e que TERMINOU, no terreno, vai para 37 anos, com o 25 de abril de 1974. Contudo CONTINUA a fazer sofrer muitos milhares de ex-combatentes das Forças Armadas portuguesas e dos Movimentos de Libertação de Angola, Guiné e Moçambique, e em simultâneo os familiares destes e também os que perderam os seus entes queridos, fossem eles soldados ou civis!

ESTE BLOG PRETENDE MANTER VIVAS AS MEMÓRIAS DE TODOS OS QUE TOMBARAM NOS TEATROS DE GUERRA, DE LEMBRAR QUE AINDA EXISTEM MILHARES DE EX-COMBATENTES E AS SUAS FAMÍLIAS QUE VIVEM (sem apoio) COM PROBLEMAS DE DIVERSA ORDEM QUER PSICOLÓGICA, COMO NALGUNS CASOS, SOCIAL. 
São os abandonados por um País que de um momento para o outro, parece não querer reconhecer como seus filhos, os que um dia os enviou para a guerra!

Muitos deles, como ouvi um dia um ex-combatente dizer, são "...autênticas bombas abandonadas..."
Neste espaço irei colocar todos os desabafos, comentários e contributos dos que tem algo para dizer e que fique para as actuais e as futuras gerações, saibam as histórias que a História por vezes não conta.

É que UMA GUERRA, MESMO DEPOIS DE ACABAR, NUNCA MAIS TEM FIM!!!

                                                                           - X - X- X -

Alguns poemas sobre o tema - Guerra -

arma em bandoleira
apontada para a mata
segue em fileira
pela velha picada.

ouvido atento - emboscada
olhar desperto - mina
perder tudo - num nada
nesta paz assassina.

eduardo roseira

AS MEDALHAS...

entre minas
emboscadas
e cruzamentos
de metralhas...
ganhei várias
medalhas...

da guerra
coube-me em sorte
uma medalha...
...a da morte...

da juventude
com futuro distante
coube-me
uma medalha...
feita de sangue...

do ser mau
vil e atroz
por via da chamada
"lei" da sobrevivência
deram-me
a medalha...
...da violência...

do hábito
de tanto ouvir
o terror
em cada grito
ganhei outra
medalha...
...a de achar tudo...
...normal e bonito...

do para 
não morrer
matar...
matar...
a guerra era
de forma animal
uma autêntica festança
onde tudo era normal:
- aniquilar homem
mulher
ou criança...
e por tal
tive
a medalha...
...da matança...

hoje recordo
o cumprir da ordem
na certeza do dever
e de na melhor desordem
provocar sofrimento
matando para não morrer
na mais digna...
...indignidade.
cumprindo a cada momento
o comprar do amanhã/idade
e ganhando
a medalha...
...do esquecimento...

eduardo roseira
    3-fev-2011
      VNGaia

1 comentário:

  1. PARECE QUE FOI ONTEM, JÁ LÁ VÃO 50 ANOS!

    Quantas mães em vão rezaram...
    Quantos jovens por lá ficaram
    Quantas noivas ficaram por casar...
    ...Desta vez, o soldadinho vem numa caixa de pinho
    nunca mais se faz ao mar!

    MARIA DE LOURDES DOS ANJOS

    A minha mãe rezou, este jovem não ficou e a minha noiva esperou.

    DÁRIO ALMEIDA

    Tb rezei!!!! já era esposa e mãe,e sempre me guardei ...

    AIDA GASPAR

    Comentários postados no Facebook, em 3/2/2011

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