esta noite
os velhos fantasmas visitaram-me
roubaram-me a rara
tranquilidade do sono
e iludiram-me de novo os sonhos
esta noite
os velhos fantasmas
instalaram-se em mim
e do meu intimo pescaram
as atormentadas memórias
nunca lembradas
entre mil tentações
e guardados ais
que a poeira do tempo cobriu
mas não enterrou
esta noite
os velhos fantasmas
presentearam-me com
imagens/lembranças,
de quem nunca fugiu
ou se acobardou
esta noite
os velhos fantasmas
ofereceram-me recordações
que a vida iludiu
mas não apagou.
esta noite
os velhos fantasmas,
entre os sonhos trocados,
explicaram-me que:
“os sonhos são desertos
com navios encalhados!”(1)
eduardo roseira
madrugada de
29-dez-2011
VNGaia
(1) Ana Paula Tavares, poeta angolana
In: “Manual para amantes desesperados”
Ed. Caminho, Lisboa, 2007
Imagem: sapo.pt
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