Mãe,
Eu tenho uma espingarda de ferro!
O teu filho,
Aquele a quem um dia viste acorrentarem
E choraste,
Como se as correntes prendessem e ferissem
As tuas mãos e os teus pés
O teu filho já é livre, Mãe!
O teu filho tem uma espingarda de ferro
A minha espingarda
Vai quebrar todas as correntes,
Vai abrir todas as prisões,
Vai matar todos os tiranos,
Vai restituir a terra ao nosso povo,
Mãe, é belo lutar pela liberdade!
Há uma mensagem de justiça em cada bala
que disparo
Há sonhos antigos que acordam como
pássaros
Nas horas de combate, na frente de batalha,
A tua imagem próxima desce sobre mim.
É por ti também que eu luto, Mãe.
Para que não haja lágrimas nos teus olhos.
Poema encontrado numa base da Frelimo, na zona do Lunho, Moçambique. Faz parte do "Cancioneiro do Niassa"
Imagem: sapo.pt
Este poema é mais um dos que tanto às escondidas choraram por serem obrigados a carregar uma arma mortifera, e atirar contra os inocentes, e foi assim toda a guerra, comparei as palavras dirigidas à mãe como Cristo disse; Pai perdoa-lhes que eles não sabem o fazem. Gostei do poema. Natália Carvalho
ResponderEliminarOlá, meu querido amigo poeta, Roseira!Tenho o livro Cancioneiro do Niassa onde está este poema. Como tenho vários livros, de autores africanos, antigamente proibidos. Um dia destes, envio-te alguns poemas caso o queiras.É tão bom recordar...o tempo em que havia garra e se lutava pelos interesses do povo! Agora estamos nisto...deixamos passar tudo...
ResponderEliminarBjito amigo e continuação de um bom domingo.