MOTE:

"Eu sou uma autêntica bomba abandonada! Temo explodir a qualquer momento..."
- Frase de um ex-combatente, anónimo.

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quinta-feira, 3 de março de 2011

NA CUBATA

















brilha a lua prata
no céu azul-ultramar.
do perdido da selva
sai da hiena um esgar.

rasgando o fundo da noite
há o som de tambores
qual eco de dor.

na cubata
um miliciano e uma negra
constroem odores
isentos de amor.

o miliciano monta
monta
com ardor.

a negra geme
geme de dor.

eduardo roseira
in: "a colheita íntima"
lavra...editorial, Gaia, 2003

NOTA: Este poema foi selecionado para fazer parte da "Antologia Poética da Guerra Colonial", a publicar este ano, para comemorar os 50 anos sobre o início da Guerra Colonial, pelo CES – Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra.

4 comentários:

  1. Este poema cheira a África...

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  2. Saudade, não é meu querido, amigo Roseira?
    Lindo...com cheiro tropical.
    Aplausos.
    Vou ter de colocar este teu blog nos blogs que sigo.
    É novo? Mudaste?
    Bjito amigo

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  3. Caras A migas Natércia e Tecas, grato pela vossa visita e comentários.
    bjs, eroseira

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  4. conheço África, conheço o africano, conheço o eduardo roseira: três coisas boas na minha vida.
    abraço,
    luís nogueira

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