entre minas
emboscadas
e cruzamentos
de metralhas...
ganhei várias
medalhas...
da guerra
coube-me em sorte
uma medalha...
...a da morte...
da juventude
com futuro distante
coube-me
uma medalha...
feita de sangue...
do ser mau
vil e atroz
por via da chamada
"lei" da sobrevivência
deram-me
a medalha...
...da violência...
do hábito
de tanto ouvir
o terror
em cada grito
ganhei outra
medalha...
...a de achar tudo...
...normal e bonito...
do para
não morrer
matar...
matar...
a guerra era
de forma animal
uma autêntica festança
onde tudo era normal:
- aniquilar homem
mulher
ou criança...
e por tal
tive
a medalha...
...da matança...
hoje recordo
o cumprir da ordem
na certeza do dever
e de na melhor desordem
provocar sofrimento
matando para não morrer
na mais digna...
...indignidade.
cumprindo a cada momento
o comprar do amanhã/idade
e ganhando
a medalha...
...do esquecimento...
eduardo roseira
Imagem: sapo.pt
Meu querido amigo,tristes e negras medalhas as que te deram.
ResponderEliminarFicaram bem gravadas na tua memória.
«do para
não morrer
matar...
matar...
a guerra era
de forma animal
uma autêntica festança
onde tudo era normal:
- aniquilar homem
mulher
ou criança...
e por tal
tive
a medalha...
...da matança...».
Tanta luta, tanta desordem, tanta maldade, tanto sangue e tantas mortes, para quê? Para chegar à situação em que estamos?
Lá deixaste a alma, trouxeste medalhas marcantes na memória e como tu, muitos outros.
Bjito amigo