Noite apagada
Mil riscos de luz veloz
cruzam o espaço
O silêncio abate-se sobre nós
na picada traiçoeira
Vultos velozes
e negros
debandam às cegas dos braços
esguios e nus
das bissapas
Sentem o medo no peito
e levam nas asas
a esperança da vida toda
Ou talvez saúdem a morte...
Um raio de lua
coado
por entre os braços daquele imbondeiro
gigante como a noite longa,
guardião da savana,
visita o nosso silêncio
e o medo
e o grito abafado que ecoa
para dentro do peito
Álvaro Giesta - Angola (Leste), 1971
In: "TRIÂNGULO" - versos de guerra, amor e ódio. (a publicar)
Mil riscos de luz veloz
cruzam o espaço
O silêncio abate-se sobre nós
na picada traiçoeira
Vultos velozes
e negros
debandam às cegas dos braços
esguios e nus
das bissapas
Sentem o medo no peito
e levam nas asas
a esperança da vida toda
Ou talvez saúdem a morte...
Um raio de lua
coado
por entre os braços daquele imbondeiro
gigante como a noite longa,
guardião da savana,
visita o nosso silêncio
e o medo
e o grito abafado que ecoa
para dentro do peito
Álvaro Giesta - Angola (Leste), 1971
In: "TRIÂNGULO" - versos de guerra, amor e ódio. (a publicar)
Imagem: sapo.pt
Alma aflita encontra na poesia a forma de expressar tudo que sente!
ResponderEliminarCaro Anónimo,obrigado pela sua visita, leitura e comentário. "Desabafos sobre a guerra. Contra o stress, falar, falar..." é o mote deste blog, onde se expõe em prosa e poesia, o que vai na alma e no corpo, dos que sofreram directa e indirectamente foram e são vítimas da estupidez humana.
ResponderEliminarEduardo. Os meus poemas sobre guerra não têm título. Noite apagada é o primeiro verso do poema. O que não quer dizer que não o possa ser. Mas, se entenderes que lhe deves dar título, que ele seja o primeiro verso do poema mas que se repita no corpo do poema. Eles compõem um conjunto de 50 poemas a que chamo "TRIÂNGULO", em que os que falam da guerra não têm título. E triângulo porquê? Porque canto a "guerra", o "amor" e o "ódio". Apenas os que cantam o amor (como o primeiro que inseriste) têm título. E aos que cantam o ódio, uns têm título específico e outros há em que o título é o primeiro verso.
ResponderEliminarEventualmente o melhor até seria dares como título (àqueles que o não têm) o nome "TRIÂNGULO" - versos de guerra, amor e ódio. É assim que a obra vai ser editada.
Desculpa pelo lapso, já emendei e penso que está como deve ser. De qualquer das formas a minha gratidão por autorizares o NOSSO blog a publicar poemas de uma obra a publicar, a qual espero ver o mais breve que possível nas mãos dos leitores de boa poesia.
ResponderEliminarMeu caro Eduardo. O livro, que estava para ser "Triângulo", mudou de nome por critérios vários. Chamar-se-à "há o silêncio em volta", e já está entregue às Edições Vieira da Silva a trabalhar na sua publicação. Abraço
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